Qual vai ser o modelo de trabalho pós COVID-19?

Qual vai ser o modelo de trabalho pós COVID-19?

Durante os últimos meses, a COVID-19 tem se alastrado pelo mundo e, principalmente, pelo Brasil.

O modelo de trabalho nacional já passava por mudanças anteriormente, mas agora as empresas se vêm forçadas a isso.

Algumas delas já tomaram a iniciativa com ideias para home office – e muitos já as vêem como os vencedores pós-crise, ao adaptar seu negócio. Então isso será a nova tendência mundial?

Portanto, confira aqui como o modelo de trabalho passará por mudanças e qual será o panorama pós-crise!

Trabalho home office é a morte do trabalho convencional?

A atual pandemia é provavelmente uma das crises mais severas a afetar o mundo. Devido sua proliferação rápida, diversos governos já decretaram isolamento social ou pelo menos distanciamento social.

De forma a atender a esse cenário, tipos de trabalho remoto tomaram forma, potencializando um movimento já comum no mundo. Por exemplo, EUA já tinha tido aumento no trabalho home office em 173% desde 2005.

Atualmente, há cerca de 5% dos trabalhadores, com um estudo da NBER estipulando que 37% dos empregos nos EUA possam ser feitos em casa. Segundo o mesmo estudo, é provável que os 5% dobrem no pós-crise.

Então isso é a morte do trabalho convencional? Provavelmente não, mas é um cenário onde o trabalho pela internet assume maior proeminência – principalmente por causa de seu custo.

Afinal, empresas passarão a reavaliar seus gastos. Por exemplo, prédios devem diminuir número de andares, pois o home office deve ser adotado para quem consiga desempenhar o papel em casa.

Da mesma forma, o setor de fundos imobiliários será também impactado, principalmente quanto as lajes corporativas.

Trabalho remoto: o que é?

Para muitos, home office é o modelo de trabalho do futuro. No entanto, o que é esse trabalho remoto que mudará o panorama mundial de trabalho?

Home office, trabalho remoto ou teletrabalho é um tipo de ocupação que possibilita ao profissional trabalhar fora de um ambiente tradicional.

Tal ambiente pode ser um escritório virtual, sua própria casa ou mesmo um coworking.

Porém, há vários tipos de trabalho remoto, com o profissional podendo trabalhar apenas alguns dias da semana fora do escritório ou exclusivamente fora. É essa flexibilidade sua maior vantagem.

Além disso, há outras vantagens para o contratado e o contratador:

  • Segundo pesquisa da Global Workplace Analytics, 80% das pessoas empregadas nos EUA querem trabalhar em casa, ao menos parcialmente. Para eles, é menos tempo perdido com deslocamento e maior ganho de produtividade;
  • Segundo mesma pesquisa, a adoção massiva do trabalho home office resultaria numa economia de 700 bilhões de dólares/ano.

No entanto, os impactos do trabalho pela internet se farão sentir de formas paralelas também.

Como a metodologia de trabalho remoto afetará o escritório?

Entendendo o que é trabalho remoto, você também deve entender que não é apenas o empresário e seus funcionários que se adaptarão.

Com a mudança de hábitos e atitudes comerciais, outras áreas, como a arquitetura, passarão a ter mudanças.

Sendo mais específico, o design de interiores. Seguindo algumas estimativas, 40% do espaço de trabalho é um local ocioso durante o dia.

Com a adoção do home office, é natural que esse número aumente.

Dessa forma, os escritórios começarão a adotar um design mais agradável, quase como uma “segunda casa” para o funcionário.

Além disso, passarão a investir mais no distanciamento social.

A metodologia de trabalho remoto na prática: a migração para a internet

Lojas virtuais são um dos tipos de trabalho remoto mais comuns no Brasil e seus números já são altos a muito tempo por aqui.

Por exemplo, em 2018, o e-commerce tinha passado pelo seu maior crescimento desde 2014: 37,59%, ou seja, 930 mil sites de comércio.

Segundo pesquisa do Google em 2016, era estipulado que as vendas por lojas virtuais dobrassem em 5 anos, chegando a R$ 85 bilhões. Isso fora previsto em outro cenário.

E agora, no cenário de pandemia? Segundo a NZN Intelligence, em pesquisa com 1,7 mil entrevistados, 71% afirma que pretende aumentar o volume de compras online.

Essa mudança de panorama se fez sentir nas empresas. Segundo ABComm, na segunda quinzena de março, a média era de 10 mil aberturas/mês.

Com a chegada do isolamento social, o número passou a ser de 50 mil aberturas/mês (aumento médio de 400%!).

Esse aumento do comércio eletrônico foi bastante diversificado, com os principais números de vendas on-line sendo em:

  • Calçados, com 99,44%;
  • Bebidas, com 78,90%;
  • Eletrodomésticos, com 49,29%;
  • Autopeças, com 44,64%;
  • Supermercados, com 38,92%;
  • Artigos esportivos, com 25,75%.

A metodologia de trabalho remoto virá para ficar?

Com o número extenso de lojas virtuais e a adaptação de empresas ao home office, o trabalho convencional mudará? A resposta é que provavelmente sim.

Segundo pesquisa da Talenses com Fundação Dom Cabral, cerca de 70% das empresas acreditam que as mudanças permanecerão, mesmo que parcialmente. Os setores que mais possuem expectativa de permanecer são:

Obs: pesquisa feita com 375 companhias do Brasil.

  • Serviços (89%);
  • Indústrias (79%);
  • Comércio (73%).

Menos de 30% das empresas tiveram dificuldades de implantar o trabalho pela internet, muitos devido a dificuldades culturais.

No entanto, se vê que tal cenário de trabalho remoto acabou se tornando mais presente no Brasil – e que ficará por mais tempo.

Modelo de trabalho: o que mudará no pós-crise?

A triste realidade forçada pela COVID-19 é simples: aceite-a e faça parte da mudança econômica e social que inevitavelmente ocorrerá. Senão, seja engolido pela nova forma de se trabalhar.

Se você optar por se adaptar, é importante que esteja a par das tendências que virão para o modelo de trabalho.

Veja algumas aqui!

E o que vai ser do trabalho convencional?

  • Serão buscadas soluções mais rápidas, baseada em metodologias ágeis e economia colaborativa/cooperativa;
  • Maior atenção ao desenvolvimento de produtos com venda recorrente;
  • Startups terão maior atenção, com grande nascimento de negócios mais adaptáveis a futuros cenários;
  • Novos modelos de fintechs;
  • Maior presença tecnológica, assim como de trocas e transações no meio virtual.

O que acontecerá com o mercado?

  • Clientes mais conectados e exigentes socia e culturalmente;
  • Novas compreensões do que é essencial, o que levará a mudança do ticket médio, nacionalmente e mundialmente;
  • Relações empresa-consumidor mais baseadas em bom atendimento, preço e colaboração social do empresário;
  • Haverá novos modelos de marketplace, e-commerce e delivery;
  • Maior preocupação com saúde mental e física por parte do consumidor.

O que acontecerá com a mobilidade?

  • Logísticas e políticas de monitoramento mais rígidas;
  • Exigência maior de políticas para certificações sanitárias futuras;
  • Mudará a relação entre deliverys e sistemas locais de entrega, fortificando essa categoria.

Então, é hora de se adaptar ao modelo de trabalho moderno?

Trabalho remoto, teletrabalho e o sistema de lojas virtuais já eram muito presentes no mercado brasileiro. No entanto, com esse novo cenário, eles passaram de uma possibilidade para uma necessidade.

Por isso, o modelo de trabalho mudou tanto para o empresário, quanto para seus funcionários e clientes.

É tempo de se abrir os olhos não só para os benefícios do modelo moderno, mas para as mudanças naturais que uma sociedade passa.

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